segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Mamãe...mamãe...

Ontem a noite eu estava observando minha mãe e minha vó... tão parecidas fisicamente e tão diferentes em todo o resto. Eu sempre admirei muito minha mãe... ela saiu de uma cidade que ela achava pequena demais, pouquinha demais, sem perspectiva demais...meteu as caras e foi em busca do que ela queria, mesmo que isso custasse ser mal falada pela cidade inteira (minha mãe sempre sonhou em trabalhar com moda, estilismo, criação...)... mas no meio do caminho tinha eu... sei que ela me amou desde o primeiro momento e sei que ela teve seus motivos para não dar uma segunda chance ao meu pai – mas desconfio que ela não guardou grandes mágoas pois me deu o nome dele sendo que ao invés de Renata ela tinha Tatiana, Alessandra ou Rebeca. Sempre achei Rebeca um nome lindo, mas temo que esse seria mais um motivo de chacota à minha pessoa, me chamariam de Rabeca ou Rabecão, já não bastasse o sobrenome (que é o nome de um rio/esgoto aqui de BH e o cabelo “ruim” – todas meninas negras sabem o que é isso). Do meu pai eu guardei muita mágoa até pouco tempo atrás... agora não guardo nado... só pena... ele perdeu a honra de conviver com duas mulheres incríveis... esperto foi meu padrasto hehe...

E minha mãe trabalhou e correu e fez hora extra e pagou aluguel e me acompanhou e me deu tudo o que eu precisava... lembro de várias passagens da minha infância onde ela aparece fazendo de tudo para que eu me sentisse uma criança normal apesar da falta de irmãos e primos... minha mãe é a mulher que eu quero ser...

E vejo minha vó... e vejo que minha mãe herdou esses genes lutadores do meu avô... meu avô, apesar da baixa escolaridade, sempre foi atento, politizado, falava de Jânio, falava de Getúlio, Segunda Guerra Mundial... em 2006, última vez que o vi antes do seu falecimento em 2007, ouvi suas histórias (que minha mãe já havia me contado) enquanto alisava seu cabelinho branquinho e lisinho... ele tinha uma bolsa de couro cheinho de moedas antigas e mostrava e explicava tudo o que havia acontecido naquele período... e minha vó sempre foi meio que “carregada” por ele... talvez um papel mesmo das “mulheres de antigamente”... não precisa pensar... só o homem pensa...

E assim minha mãe e eu sempre vivemos longe de todo o resto da família...somos uma espécie de ramificação ... e agora, eu e ela, juntas, estamos vendo que realmente não somos de lá...e eu agradeço minha mãe por ter tido a atitude que ela teve aos 17 anos... e torço pra ter herdado pelo menos um pouquinho de sua coragem...

sábado, 13 de setembro de 2008

Nem sou nerd...

A última postagem está toda horrorosa e mal configurada mas estava dando um erro que euzinha que não sou nerd nem nada não consegui resolver sozinha...

Felicidade

Ontem tava pensando em felicidade... pensando em como às vezes colocamos a felicidade como algo que virá lá na frente... como não valorizamos pequenos momentos como momentos de felicidade. Eu particularmente não me vejo assim... eu procuro captar a felicidade em tudo. Ônibus tá cheio mas a janela tá aberta entrando um ventinho bom... tem uma musiquinha bacana rolando no mp3... to andando no sol mas lá na frente tem um ipê lindo todo florido - essa semana fiquei uns minutos observando um ipê único... talvez pela secura do tempo as árvores do campus, que já deviam estar quase florescendo estão todas sequinhas... mas tem uma que está lá...toda florida... uma exceção deslumbrante no meio das outras...

Um gatinho brincando, uma música, um “bom dia” educado, um céu azulzinho ou uma chuvinha refrescante, um amanhecer preguiçoso rolando na cama, um beijinho de mãe, uma risada... momentos felizes...

Meio sem nexo esse texto...mas ando serelepe esses dias...algumas coisas bacanas aconteceram e abriram um leque cheio de novidades... e eu me peguei sentindo como se fosse a mulher mais feliz da face da Terra... não que eu coloque como responsabilidade dessa “alguma coisa” a minha felicidade futura mas essa “alguma coisa” inclui amor... amor de verdade... amor colorido, amor alegre, amor companheiro, amor que dá brilho nos olhos, amor que dá força e te faz querer ser melhor... é... a “alguma coisa” aumentará minha felicidade exponencialmente..

sábado, 6 de setembro de 2008

Ailin Aleixo...minha nova descoberta

Eu conheci a Ailin Aleixo uns tempos atrás quando ela escrevia para a revista VIP (aquela versão masculina da revista NOVA, burgh!) mas, acabei esquecendo dela com o passar dos anos... tempos atrás enquanto procurava alguma grife que trabalhasse com vestidos coloridos (amo!) deparei-me com o blog da Patrícia Torquette que havia publicado um texto da Ailin em um post... fiquei absurdada com o que tava lendo...parecia que aquilo tudo havia sido escrito para mim... aí virei fã e fucei na internet tudo sobre essa pensadora moderna... e eis que...
A Ailin também ama gatos...! E publicou uma crônica linda em 2001...ei-la aí embaixo...
Garfield é meu rei!

Gatos são divinos. E bem superiores a nós.
Amo gatos. Amo suas vibrissas, que, quando criança, cortava pensando estar fazendo a barba do bicho. Suas unhas, que já me retalharam de cima a baixo (nunca deixei de pegar um sequer no colo, mesmo os ariscos ou sarnentos). Amo os dentes afiados. O andar deliciosamente rebolante (cresci tentando imitá-los e hoje rebolo tanto que parece que vou desconjuntar). Amo a maneira como se lavam, o modo como dormem, encolhidos. Os grandes olhos amarelos. Mas o que mais amo é o que muita gente odeia: a personalidade.

Eles não precisam de você, ou de mim, pra dar comida, arrumar uma gata gostosa ou se distrair. Sabem muito bem viver sozinhos, mas oferecem o prazer de sua companhia. Se estivermos à altura, é claro. Gatos só se deixam "criar" por pessoas pelas quais têm o mínimo de respeito (você costuma ver mendigos ou bêbados com gatos de estimação?). Independentes.
Eles nos olham como se fôssemos completos imbecis - que somos - quando balbuciamos alguma estupidez do tipo "Xaninho, vem com a mami": ora, já que vamos abrir o bocão, que seja para algo que preste. Ou os deixemos dormir em paz, que o sono é sagrado, meu amigo. Cínicos.

"Amo no gato a suprema indiferença e a distinção com a qual ele passa dos salões aos telhados." Elegantes. Pouco importa se moram num lixão ou numa almofada fofa, os gatos satisfazem-se com o que são e não precisam ir ao pet shop colocar lacinho e perfume pra serem aceitos. Não admitem humilhação: que gostem deles do jeito como são ou os esqueçam, porque pra eles tanto faz.

Charmosos. Nunca se vêem gatos transando, muito menos atracados no meio da rua, de bando. São amantes noturnos, discretos. O máximo de participação que nós temos no ritual é auditiva - ou líquida, quando os mais babacas jogam águam pra apartar. E, mesmo aparecendo sem um pedaço da orelha no dia seguinte, aquele olhar sacana vale a noite de sono perdida com a gritaria. É impossível se zangar com um gato.
Eles não fazem festa quando chegamos em casa, não babam com o linguão pra fora ou rolam pelo chão, mas sabem direitinho quando estamos tristes. Daí chegam, como quem não quer nada, sobem no nosso colo, ronronam (ah, como adoro esse barulhinho!), dormem um pouco e vão embora. Não são disponíveis nem estão ao alcance da mão todo o tempo, é certo, mas quando um gato está com você pode ter certeza de que ele não gostaria de estar em mais nenhum outro lugar. E nem faz aquilo por hábito ou obrigação. Diferentemente dos cães, gatos não querem ter um dono, e sim compartilhar bons momentos. Honestos.

Conviver com eles requer maturidade. Não são traiçoeiros, são livres. Nunca bajulam. São autênticos, por isso são difíceis. É muito mais fácil lidar com mentiras gentis, babação de ovo, puxação de saco, não é? E agora não me refiro só a felinos...
Gatos são muito parecidos com os humanos, por isso tanta gente os odeia: sabemos tão pouco lidar com eles como conosco mesmos. Parecidos, mas melhores: não mentem, não têm hierarquia, não fingem gostar de crianças, não sorriem quando na verdade querem te estralhaçar. São rancorosos (experimente maltratar um deles e, inadvertidamente, cruzar com ele de novo), preguiçosos, sedutores, imprevisíveis. Enigmáticos, interessantes, sagrados.

Defeitos e virtudes no ponto certo.

Gatos seriam homens perfeitos.

Bolsas, sapatos, listas, mestrado...

E como tem dias, semanas, meses que minha cabeça não funciona para o mestrado, euzinha resolveu abrir o Word para tentar listar as tais 101 coisas em 1001 dias... Coisinha que tá batida, que um monte de gente fez e postou nos seus respectivos blogs e tal... pois bem.. comecei eu a listar...tudo bonitinho, numeradinho, marcadinho, uma fofura!

Mas eis que:
Eu comecei a ficar assustada com a quantidade de “ter”... me senti meio fútil, dona de sonhos idiotas resumidos a bolsa da marca tal, sapato tal, viagem pra tal lugar... claro que não era só isso... tinha umas coisinhas ligadas a profissão, família, trabalho que não vinham conjugadas do verbo “ter” e estão relacionadas muito mais a uma tentativa de mudança pessoal do que ao meu cartão de crédito...

Não completei a lista... não consegui...parei no número 64... vou refletir sobre os itens e volto a tentar completá-la...ou deixo isso pra lá e volto a escrever a minha dissertação...